quinta-feira, 26 de março de 2015

Cascavel (Crotalus durissus): características gerais.



A Cascavel (Crotalus durissus) é uma cobra peçonhenta da Família Viperidae.  Ela se distribui nas Américas Central e do Sul, do México até a Argentina. Vivem geralmente em regiões de cerrado, em regiões secas e áreas pedregosas e arenosas, raramente podem ser encontradas em florestas.


Possui cores em tons de castanho, com a parte ventral (“barriga”) mais clara e “desenhos” de losangos escuros pelo corpo todo. A característica mais marcante desta serpente é a presença de um guiso na ponta da cauda, que são escamas modificadas que parecem uma série de anéis unidos, o número destes anéis não serve para determinar sua idade, visto que o número de anéis pode representar o número de trocas de pele pelas quais a cascavel passou, e este processo pode ocorrer 2 a 4 vezes por ano. O guiso é também chamado de chocalho por emitir um som típico, que acaba por afastar possíveis vítimas.

Seu bote é violento, o veneno tem ações neurotóxicas, ou seja, atuam no sistema nervoso central causando dificuldade de respiração e locomoção. Porém ela só ataca quando se sente ameaçada. No Brasil, as serpentes do gênero Crotalus causam cerca de 8% dos acidentes ofídicos peçonhentos notificados, o segundo maior no país, sendo que, no estado de São Paulo (região de Ribeirão Preto e Botucatu), a porcentagem de acidentes por esta sub-espécie aumenta para 25%. A maioria destes acidentes é provocada pela espécie Crotalus durissus terrificus (Cdt), e são considerados os acidentes ofídios mais graves em nosso País (Ministério da Saúde, 2001).


As cascavéis se alimentam principalmente de pequenos roedores, mas também podem comer pequenas aves, coelhos, lagartos, e, eventualmente, outras serpentes. Geralmente tem hábito crepuscular e noturno mas são vistas também durante o dia.
Estes animais são ovovivíparos, ou seja os filhotes nascem de ovos, mas somente depois de terem completado seu desenvolvimento, por cerca de 6 meses, no interior da fêmea. Terminado o período de gestação, portanto, nascem de 16 e 24 filhotes. Uma cascavel pode viver até 20 anos.

Referências:
CASTRO, I. Estudo da toxicidade das peçonhas crotálicas e botrópicas, no acidente ofídico, com ênfase a toxicidade renal. Revista O MUNDO DA SAÚDE, v.30, n.4, p. 644-653,  out/dez, São Paulo: 2006.
SILVA, N. G. Efeito do veneno de Crotalus durissus terrificus no edema crônico induzido na pata de camundongos pela injeção de Bacilo Calmette-Guérin (BCG) – Dissertação de mestrado. São Paulo, 2012.